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A emocionalidade em SATSANG

É importante falar um pouco da emocionalidade, pois a Compreensão só é completa quando toca o aspecto emocional.

Na linguagem usada aqui, a mente não é apenas a compreensão racional.

Volta e meia é dito: desce para cá. [apontando o coração]

Quando a emocionalidade vem, é tão potente e tão forte que rapidinho a identidade fica presa em padrões que são muitos amplos, muitas vezes são culturais, são sociais. E por isso eles são mais fortes e são mais reforçados ainda.


Os pensamentos retornam com aspecto de verdade, dúvida: “E se eu não conseguir?, Puxa, é difícil pra caramba... Nossa! isso que você fala é muito difícil, esse negócio é muito complicado.”


Quando a emocionalidade vem, em primeiro lugar tenha compaixão por si mesmo. Aceitar o que se apresenta. Aceitação vira compaixão. Essa emocionalidade, às vezes, vem de uma forma intensa mesmo, num desespero.

Mas, às vezes, ela vem em forma de orgulho, de uma vontade de aparecer,

isso é também uma emocionalidade. Por isso atenção e atenção.

E aí a gente vai entrando em satsang, vai expandindo, vai serenando, vai vibrando diferente, a

emocionalidade vai se acalmando, vai sendo reconhecida de novo, de novo. A Consciência vai

penetrando mais e mais profundamente, e está bacana pois agora eu sou a Pura Presença.


Aí... vem novamente a emocionalidade, vem um tsunami, vem um monte de pensamentos: “poxa, perdi”.


Segura o touro com a unha, e verifica se é possível perder o ser. Verifica que existe uma

confusão básica aí. O que é que perde? Perder o quê? Quem está ganhando?

Quem é que está perdendo?


O que é que está sendo perdido?

“Não perdi, perdi minha atenção, não estou mais vibrando no ser”.

Isso não é uma carteirinha, de qualquer jeito você é o ser. É inevitável, você é Pura Consciência o tempo todo, sois deuses. Só isso que é.

Então não se confunda mais e quando vier a confusão, ela é só um evento dentro do deus que você é. É bonitinho agora, mas quando vier uma grande emocionalidade, tenha compaixão, saiba que daqui a pouco passa. Compaixão.

Quando vier o pensamento e a sensação: “nossa, mas está tudo confuso!”, reconheça, aceite com um ok. E daí vem a confiança, vem o reconhecer: “eu confio porque sei que daqui a pouco passa”.

É importante perceber também a complexidade da mente. Perceba o pacote completo. Pois junto com a emocionalidade dolorida vem o querer: “eu quero que passe.”


E aí está, entregue-se.


Não há como saber o que realmente quero de uma forma estável, o que é realmente bom para isso daqui: um chá ou uma macarronada com queijo gorgonzola?

Mas o que você está escolhendo o tempo todo: cair nas historinhas do ego que são sutis e

divertidinhas ou ficar na Pura Presença?


[Eu constantemente me deparo com o conceito de livre arbítrio, me pareceu muito importante num determinado momento: será que não tenho escolha? E aí vem aquele conceito de que eu posso escolher, que eu tenho livre arbítrio. Por outro lado, quando eu vejo que não tenho escolha me é muito estranha a sensação...].


A ideia de liberdade é de poder fazer um monte de coisa, mas de fato não é isso a liberdade.

Você não se liberta das aparentes limitações, você se liberta de você mesmo. Você entende que as limitações são dadas pela identidade com este que é fragmentado, separado e, portanto, limitado. A libertação é libertar-se deste você separado. Então, de fato, você não vai ser livre, você vai se libertar de você.

E aí, sim, a liberdade te toma! E aí, sim, o alívio tira um peso das costas.

Você se liberta das aparentes imagens que teve de sustentar por tantos anos em nome de um “você”. Liberdade de acolher o que quer que surja disso daqui. É isso que a liberdade te traz: plena aceitação. Mesmas esquisitices, mesmas obsessões, um comportamento meio obsessivo, um jeitinho metódico, um jeitinho muito avacalhado.

Você se liberta desse que está escolhendo, que julga e culpa, que deve fazer o que foi

convencionado que era o certo. A fala condicionada, a crença é: “Eu quero ter muitas escolhas e daí eu posso escolher o melhor.” Mas não é nada disso.


A liberdade é outra coisa: liberdade é outro nome para Puro Ser. E quando se reconhece isso, é o verdadeiro alívio, é Ananda, é o relaxar profundo.

Comece a prestar atenção na multiplicidade de camadas. Esse eu aqui que acorda de manhã

pensando: “eu vou tomar café ... não, vou tomar hoje um suco”, e depois: “vou colocar essa roupa, ou aquela roupa”, perceba o quanto ele é condicionado. O quanto tem várias forças atuando aí dentro, uma força orgânica que em vez de tomar um café quer tomar um suco de laranja, um corpo que quer determinar a atitude. Por outro lado, tem uma questão cultural: tomar café com leite e pão com manteiga, em Minas. Embarcar nesse inconsciente coletivo cultural daquela determinada região.

Então esse eu parece que vai transitando em pequenas escolhas, mas na verdade ele está sendo levado por forças. Num outro nível psíquico um pouco mais sutil, o que que eu escolho?

Eu escolho estar olhando para dentro ou estar olhando para fora, eu escolho investir nesse

relacionamento ou não investir nesse relacionamento.

Ainda assim diversas forças acontecendo e desabrochando.

E há uma única escolha, a escolha de que você tem de perceber que não tem escolha ou continuar achando que tem escolha.


Conversas em Satsang com Veetshish Om e amigos em Floripa/SC




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